domingo, 30 de maio de 2010
Veja imagens do primeiro lançamento
A primeira tarde de autógrafos aconteceu nesse domingo, 30 de maio de 2010, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon no Rio de Janeiro. Clique em "play" para ver algumas imagens.
Para quem não pode comparecer, e mora no Rio de Janeiro, temos uma boa notícia: haverá mais um lançamento na cidade no dia 19 de Junho às 10h00 no Jardim Botânico.
sábado, 29 de maio de 2010
O que as ladeiras ensinam sobre o tempo?
Dando um passo de cada vez se sobe a ladeira. Especialmente as ladeiras mais íngremes. Dizem que assim também se chega ao topo do Himalaia. O importante é não ter pressa e perseverar.
São dois ensinamentos das ladeiras sobre o tempo: calma e perseverança. Diante de uma ladeira como essa, vá subindo devagar. Quando se cansar pode dar uma paradinha, levantar a cabeça para respirar e admirar a paisagem. Ou, quem sabe encontrar um amigo, um vizinho, para um "dedo de prosa" sobre a família, os filhos, a viagem do último final de semana, uma receita nova de bolo para ensinar à comadre e ao compadre.
São dois ensinamentos das ladeiras sobre o tempo: calma e perseverança. Diante de uma ladeira como essa, vá subindo devagar. Quando se cansar pode dar uma paradinha, levantar a cabeça para respirar e admirar a paisagem. Ou, quem sabe encontrar um amigo, um vizinho, para um "dedo de prosa" sobre a família, os filhos, a viagem do último final de semana, uma receita nova de bolo para ensinar à comadre e ao compadre.
Nas ladeiras da nova cidade do Theo há muito a aprender sobre o tempo. Como, por exemplo, aprender sobre o prazer de escolher o pé de alface que tem as folhas mais perfeitas e tenras, uns dois quilos de tomate para o molho, um saco inteiro de laranjas para passar a semana inteira fazendo e tomando suco fresco de manhã.
Tanta novidade pode assustar os que não estão acostumados a fazer a massa e a assar o pão-de-queijo para, só então, coar o café e sentar para o lanche da tarde. Isso pode representar umas duas horas de entretenimento criativo, de pensamento profundo sobre a vida, de invenção de causos e coisas que ainda não foram inventadas por ninguém.
Algo engraçado que Theo percebeu, após viver em sua nova cidade, é que as pessoas que estão sempre ocupadas, sem tempo de ficar à toa, acabam esquecendo como é que se faz para imaginar coisas. É preciso ficar à toa para inventar. Esse é o segredo.
Lo que piensa El Cerdo
O amigo Rodrigo Medeiros, minhas outras duas mãos, me escreveu perguntando se eu já havia lido o texto de El Cerdo. Eu disse que não e cliquei no link para ver... Tchan! Que legal foi ver os comentários sobre as ilustrações do "Manual do Defensor do Planeta" pelas mãos de um de seus imaginadores! Então resolvi compartilhar com vocês também. Vejam agora lo que que piensa El Cerdo. Veja também o site da Revista Beleléu, onde estão reunidos trabalhos de Arruda, El Cerdo, Rafa e Stêvz, essa gente maravilhosa que nos brindou com seu talento nas páginas do manual.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Sobre encontrar-se ou se perder por aí
Encontrar-se é preocupação de quem chega. Mas, em geral, quem sai vai em busca de se perder por aí. Isso já foi cantado em prosa e verso por poetas e menestréis e, devo dizer-lhes, é a mais pura verdade.
Theo precisa desesperadamente se encontrar e, de algum modo, o que seu pai procura é se perder mundo afora.
O menino pode ter a ajuda de mapas. Ele busca essa ajuda. Quer dizer, pelo menos para uma parte da tarefa, pois nem tudo é possível localizar num mapa.
Dá facilmente para traçar sobre um mapa o caminho de casa até a escola. Mas, por exemplo, no mapa aqui estampado, não dá para perceber que quase metade do caminho é uma ladeira forte lá de Ouro Preto. Quem conhece a cidade sabe disso, quem não conhece não sabe, vai descobrir quando for lá.
Isso revela que os mapas podem ser enganosos nas suas certezas.
Bem... Não quero desiludir ninguém, mas as certezas quase sempre são enganosas, muito mais que os mapas.
Em tudo é preciso haver espaço para a surpresa e o imprevisto, que são nossos amigos inseparáveis e nem sempre desejáveis. Esses são amigos um pouco inconvenientes, aparecem quando menos esperamos e vão logo desfazendo nossas verdades mais ingênuas.
É possível fazer um mapa das ruas que geralmente utilizamos, ou que pretendemos utilizar. Isso é realmente fácil. Difícil é definir os caminhos que dizem respeito ao coração e à alma. Por isso é comum sofrer um pouco quando se está perdido procurando se encontrar (acho que isso também já foi dito pelos menestréis). O bom é que no final tudo vai dar certo, ou "pode" dar certo.
Será?
Theo precisa desesperadamente se encontrar e, de algum modo, o que seu pai procura é se perder mundo afora.
O menino pode ter a ajuda de mapas. Ele busca essa ajuda. Quer dizer, pelo menos para uma parte da tarefa, pois nem tudo é possível localizar num mapa.
Dá facilmente para traçar sobre um mapa o caminho de casa até a escola. Mas, por exemplo, no mapa aqui estampado, não dá para perceber que quase metade do caminho é uma ladeira forte lá de Ouro Preto. Quem conhece a cidade sabe disso, quem não conhece não sabe, vai descobrir quando for lá.
Isso revela que os mapas podem ser enganosos nas suas certezas.
Bem... Não quero desiludir ninguém, mas as certezas quase sempre são enganosas, muito mais que os mapas.
Em tudo é preciso haver espaço para a surpresa e o imprevisto, que são nossos amigos inseparáveis e nem sempre desejáveis. Esses são amigos um pouco inconvenientes, aparecem quando menos esperamos e vão logo desfazendo nossas verdades mais ingênuas.
É possível fazer um mapa das ruas que geralmente utilizamos, ou que pretendemos utilizar. Isso é realmente fácil. Difícil é definir os caminhos que dizem respeito ao coração e à alma. Por isso é comum sofrer um pouco quando se está perdido procurando se encontrar (acho que isso também já foi dito pelos menestréis). O bom é que no final tudo vai dar certo, ou "pode" dar certo.
Será?
terça-feira, 25 de maio de 2010
Novidade: guia para educadores
O blog tem novidade. A partir de hoje passamos a postar também sugestões de atividades educacionais com a temática da educação ambiental. Na página extra do blog intitulada "Guia para Educadores" estão sugestões de como abordar com crianças e adolescentes esses temas. Esperamos que gostem!
sábado, 22 de maio de 2010
Jabuticabunker
JABUTICABUNKER. Essa palavra deliciosa foi inventada pelo Rodrigo Medeiros. Não é muito difícil descobrir o que significa: 'bunker' da árvore (nesse caso uma jabuticabeira, é claro), o melhor esconderijo secreto para aventuras de Theo e sua amiga Teresa.
Eu adoro casa na árvore, mas não tive uma quando era criança. Confesso uma coisa: isso me fez a maior falta. Tanta falta que resolvi, depois de grande, fazer o meu próprio 'jabuticabunker'.
Como eu não tenho uma jabuticabeira (que é uma árvore bem brasileira...), resolvi fazer minha casa em cima de uma mangueira. Tudo bem, vou confessar outra vez: essa casa na mangueira não é exatamente minha, apesar de eu ter subido nessa escada, levado as madeiras e até colocado os pregos... Ela é das crianças lá de casa. Bom, mas como eu sou um pouco menino ainda, posso considerar que ela também é um pouco minha.
Após subir numa casa na árvore, dá para fazer muitas coisas legais, tipo jogar DS, ler livros, fazer um lanche de pão-de-queijo assado pela avó. Lá em cima, dá para se esconder e ficar quietinho, ouvindo as aves e o vento que sopra e faz o farfalhar das folhas. Farfalhar de folhas é como se fosse uma sinfonia da árvore.
O legal de quando eu estou lá em cima é que de baixo ninguém me vê. Posso passar um bom tempo só comigo, ou com o amigo que eu escolher para levar comigo, inclusive os amigos imaginários. Em cima da minha casa na árvore, quando eu fico parado e deitado de costas, com os olhos abertos, os pássaros chegam bem perto para beliscar as mangas maduras. Até os micos passam sobre mim para chegar aos galhos mais altos e comer as frutas mais gostosas. É bom sentir os animais e as plantas tão próximo assim.
É uma tranquilidade enorme ficar na casa na arvore. Dá para pensar melhor em tudo. Eu tenho um amigo que diz que no silêncio é que está a respostas para muitas das nossas perguntas sem resposta. Ando pensando que ele tem bastante razão nisso que diz.
Eu adoro casa na árvore, mas não tive uma quando era criança. Confesso uma coisa: isso me fez a maior falta. Tanta falta que resolvi, depois de grande, fazer o meu próprio 'jabuticabunker'.
Como eu não tenho uma jabuticabeira (que é uma árvore bem brasileira...), resolvi fazer minha casa em cima de uma mangueira. Tudo bem, vou confessar outra vez: essa casa na mangueira não é exatamente minha, apesar de eu ter subido nessa escada, levado as madeiras e até colocado os pregos... Ela é das crianças lá de casa. Bom, mas como eu sou um pouco menino ainda, posso considerar que ela também é um pouco minha.
Após subir numa casa na árvore, dá para fazer muitas coisas legais, tipo jogar DS, ler livros, fazer um lanche de pão-de-queijo assado pela avó. Lá em cima, dá para se esconder e ficar quietinho, ouvindo as aves e o vento que sopra e faz o farfalhar das folhas. Farfalhar de folhas é como se fosse uma sinfonia da árvore.
O legal de quando eu estou lá em cima é que de baixo ninguém me vê. Posso passar um bom tempo só comigo, ou com o amigo que eu escolher para levar comigo, inclusive os amigos imaginários. Em cima da minha casa na árvore, quando eu fico parado e deitado de costas, com os olhos abertos, os pássaros chegam bem perto para beliscar as mangas maduras. Até os micos passam sobre mim para chegar aos galhos mais altos e comer as frutas mais gostosas. É bom sentir os animais e as plantas tão próximo assim.
É uma tranquilidade enorme ficar na casa na arvore. Dá para pensar melhor em tudo. Eu tenho um amigo que diz que no silêncio é que está a respostas para muitas das nossas perguntas sem resposta. Ando pensando que ele tem bastante razão nisso que diz.
Quintais
Aqui do lado, o que você vê é uma bela pitangueira. A árvore está grande e frondosa. Debaixo dessa pitangueira, que possui, talvez, milhões de folhinhas miúdas, faz uma sombra deliciosa nesse dia quente do final do verão de 2010. A árvore da pitangueira está misturada a várias outras plantas, como se pode ver, e já faz muito tempo que escapou por cima do muro desse fundo de quintal. Quando a fotografei em Ouro Preto no mês de Março, ela ainda tinha pitangas madurinhas para se comer.
Eu adoro pitangas. Além de bonitas, as pitangas têm um sabor especial e diferente de todas as outras frutas. Essa pitangueira frondosa está nos fundos de um dos poucos quintais que sobraram na cidade de Ouro Preto. É realmente uma pena os quintais terem desaparecido das cidades. Até mesmo das cidades menores os quintais estão desaparecendo, porque já ninguém mais têm tempo de cultivar aquilo que come. É preciso cultivar pelo menos uma das coisas que comemos, para saber o valor que os alimentos podem ter.
Em Ouro Preto os quintais foram muito importantes e ajudaram a acabar com a fome de muita gente. Além do mais, comida de quintal é uma delícia. Imagine você ter vontade de fazer uma salada de alface, tomates e pepino e, ao invés de abrir a geladeira, correr até o quintal e colher as plantas fresquinhas para comer. É bem melhor, nem duvide disso. Outra coisa boa de imaginar é o lanche da tarde em cima da pitangueira, ou então em cima da mangueira que aparece nesse outro quintal de Ouro Preto aqui ao lado. A mangueira também é uma árvore frondosa com inúmeras folhas, que veio da Índia para o Brasil e aqui vive muito bem adaptada. Quase todos os quintais brasileiros têm mangueira.
Os quintais também podem ser como uma farmácia, pois lá se pode plantar ervas boas para fazer chás, implastos, unguentos, xaropes e outras poções curativas muito utilizadas por nossas avós.
O quintal da avó é uma das grandes descobertas de Theo.
Eu adoro pitangas. Além de bonitas, as pitangas têm um sabor especial e diferente de todas as outras frutas. Essa pitangueira frondosa está nos fundos de um dos poucos quintais que sobraram na cidade de Ouro Preto. É realmente uma pena os quintais terem desaparecido das cidades. Até mesmo das cidades menores os quintais estão desaparecendo, porque já ninguém mais têm tempo de cultivar aquilo que come. É preciso cultivar pelo menos uma das coisas que comemos, para saber o valor que os alimentos podem ter.
Em Ouro Preto os quintais foram muito importantes e ajudaram a acabar com a fome de muita gente. Além do mais, comida de quintal é uma delícia. Imagine você ter vontade de fazer uma salada de alface, tomates e pepino e, ao invés de abrir a geladeira, correr até o quintal e colher as plantas fresquinhas para comer. É bem melhor, nem duvide disso. Outra coisa boa de imaginar é o lanche da tarde em cima da pitangueira, ou então em cima da mangueira que aparece nesse outro quintal de Ouro Preto aqui ao lado. A mangueira também é uma árvore frondosa com inúmeras folhas, que veio da Índia para o Brasil e aqui vive muito bem adaptada. Quase todos os quintais brasileiros têm mangueira.
Os quintais também podem ser como uma farmácia, pois lá se pode plantar ervas boas para fazer chás, implastos, unguentos, xaropes e outras poções curativas muito utilizadas por nossas avós.
O quintal da avó é uma das grandes descobertas de Theo.
Ouro Preto
Na imagem, João Alegria (esquerda) e Rodrigo Medeiros (direita) aparecem sentados na escadaria da Igreja de Santa Ifigênia em Ouro Preto, Minas Gerais. Esse é um dos lugares mais importantes, dentre aqueles que aparecem na história de Theo, o personagem principal do livro "Manual do Defensor do Planeta". A foto foi tirada durante uma visita dos autores à cidade em Março de 2010. O dia estava lindo e ensolarado, fazendo as paredes brancas das casas e das igrejas coloniais vibrarem fortemente na paisagem. Durante a viagem, João e Rodrigo visitaram os diversos locais da cidade que são citados no livro. A cidade de Ouro Preto continua encantadora e misteriosa, sobrevivendo aos séculos cheia de mistérios. Visitar a cidade traz uma sensação interessante, que ao mesmo tempo nos faz recuar e avançar no tempo, como se ali se vivesse no futuro, apesar de estarmos imersos em memória e tradição. É um dos lugares que mais amo, dentre todos aqueles que conheço. Essa sensação de "futuro no presente", creio, vem do fato de todas as pessoas ali estarem sempre fazendo planos e imaginando coisas. É muito bom encontrar gente que está querendo mais, inventando, pensando em fazer algo que ainda não foi feito. É também uma cidade com uma vida cultural intensa, desde sempre. Mesmo com altos e baixos na economia, Ouro Preto já nasceu cosmopolita e sempre será assim.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Por que livros?
Já parei para pensar sobre o porquê de os livros serem escritos. Ou o porquê de, algumas vezes, eu me travestir em autor de livros. Livros de ficção, com suas "invencionices" e seus "fazimentos". Não há argumento racional para nada disto. Não é por grana, nem por fama. Não é por ter nenhum grande projeto para submeter ao mundo. É mesmo por um movimento interno, pessoal, um impulso de contar histórias. Um impulso de ser humano. Para sermos humanos é que contamos histórias. Quando fecharmos a mente e a boca, acabou-se!
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Escrever a quatro mãos...
Escrever um livro de ficção a quatro mãos é uma experiência completamente nova para mim. Quando se escreve com mais alguém acontece um curioso processo de deslocamento. O que eu quero dizer é o seguinte: ao se escrever solitariamente, muito do que produzimos resulta de uma projeção histórico-psicológica, mesmo que inconsciente. Há coisas da nossa vida pessoal que vão aflorando nas narrativas, quase fora de uma possibilidade de controle racional. Mas, ao se escrever em dupla, somos obrigados a nos afastar desse "eu profundo" e ir em direção ao "eu do outro", no caso, seu parceiro de criação. Resultado: a história se passa num lugar psicológico externo ao autor. Tudo o que está ali é realmente invenção. Muito pouco de vida própria e biografia. Foi assim que me senti. Será que é sempre assim?
terça-feira, 18 de maio de 2010
Livro novo na praça.
"Manual do Defensor do Planeta" é o primeiro livro escrito a quatro mãos por João Alegria e Rodrigo Medeiros. Rodrigo Medeiros é biólogo e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e João Alegria é historiador e Gerente de Programação, Jornalismo e Engenharia do Canal Futura. Os autores se conheceram no trabalho, pois Rodrigo Medeiros é consultor do programa Globo Ecologia, cuja produção tem a ver com o trabalho do João Alegria. A idéia de escrever um livro juntos partiu de um convite que João fez a Rodrigo, depois de ser contatado pela Editora Casa da Palavra para uma conversa sobre idéias e projetos para crianças e adolescentes. Tudo aconteceu bem rápido e fluindo bem. Em pouco tempo os autores haviam terminado sua história, que foi enriquecida com os comentários da equipe editorial da Casa da Palavra e com o trabalho do designer Marcelo Martinez e as imagens do grupo de ilustradores Revista Beleléu. Agora o livro está pronto e pode ser conferido por todos os interessados a partir do seu lançamento no dia 30 de maio de 2010, na Livraria da Travessa no Shopping Leblon (Rio de Janeiro).
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