Encontrar-se é preocupação de quem chega. Mas, em geral, quem sai vai em busca de se perder por aí. Isso já foi cantado em prosa e verso por poetas e menestréis e, devo dizer-lhes, é a mais pura verdade.
Theo precisa desesperadamente se encontrar e, de algum modo, o que seu pai procura é se perder mundo afora.
O menino pode ter a ajuda de mapas. Ele busca essa ajuda. Quer dizer, pelo menos para uma parte da tarefa, pois nem tudo é possível localizar num mapa.
Dá facilmente para traçar sobre um mapa o caminho de casa até a escola. Mas, por exemplo, no mapa aqui estampado, não dá para perceber que quase metade do caminho é uma ladeira forte lá de Ouro Preto. Quem conhece a cidade sabe disso, quem não conhece não sabe, vai descobrir quando for lá.
Isso revela que os mapas podem ser enganosos nas suas certezas.
Bem... Não quero desiludir ninguém, mas as certezas quase sempre são enganosas, muito mais que os mapas.
Em tudo é preciso haver espaço para a surpresa e o imprevisto, que são nossos amigos inseparáveis e nem sempre desejáveis. Esses são amigos um pouco inconvenientes, aparecem quando menos esperamos e vão logo desfazendo nossas verdades mais ingênuas.
É possível fazer um mapa das ruas que geralmente utilizamos, ou que pretendemos utilizar. Isso é realmente fácil. Difícil é definir os caminhos que dizem respeito ao coração e à alma. Por isso é comum sofrer um pouco quando se está perdido procurando se encontrar (acho que isso também já foi dito pelos menestréis). O bom é que no final tudo vai dar certo, ou "pode" dar certo.
Será?
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